quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

o espírito livre

Sou um espírito livre; uma essência eterna que, como outras iguais, vagueará para sempre, de corpo em corpo, na eternidade da mente.
Fui peixe que sabe o que é viver sob dois céus; um de água, outro de ar. Fui pássaro que sabe o que é estar no céu sem lhe poder tocar. Fui animal que sabe o que é ser presa e predador. Fui arbusto que sabe que nunca será robusto como uma árvore nem delicado como uma flor. Fui rio que sabe que nunca voltará a nascer sempre que morrer no mar. Fui rochedo que sabe o que é preciso para ser forte e perseverar.
Orgulho-me de tudo o que fui em cada existência que passou; precisei de ser homem para me envergonhar do que sou.

6 comentários:

carpe vitam! disse...

completamente LIVRE? E de tudo o que foste, o que mais gostaste de ser?

Manuel Alves disse...

Nada (literalmente). Ser nada é consideravelmente fixe.

carpe vitam! disse...

é, mas é preciso ser-se alguma coisa para se saber o que é ser nada. ser tudo parece-me infinitamente mais fixe.

Manuel Alves disse...

Isso de ser tudo soa-me a tédio divino, ou outra demência qualquer. Ser nada é qué BÃO! (ahah)

carpe vitam! disse...

capaz. faz parte das dualidades do universo, tem de haver tédio para haver diversão ;)

Manuel Alves disse...

Haja alguma coisa (incluindo o nada). :D