Partiu deste mundo com
uma explosão no peito, num desenho de vida expandida em múltiplas trajectórias disparadas
a direito. Do coração, restou um pequeno saco rebentado no chão e um charco de
sangue vertical, a desenhar linhas em queda livre pela parede como pincel de
tinta vermelha a criar uma pintura oriental.
Morreu de emoção. Alegre,
com satisfação, feliz como ninguém. Só assim foi capaz de expressar o tamanho
que um afecto impossível tem. Morrer, de verdade, não morreu; foi apenas o que
sentiu quando, sem contar, um dia descobriu um amor que sempre quis seu.
Explodiu-lhe o peito,
como se fosse esse o propósito para o qual o coração foi feito.
2 comentários:
Não sei o ue dizer, mas este pequeno texto está fantástico
Aliás,, como tudo o que escreves
É profundo refletido.
Olá, Andy Girl.
Aqui, é o coração que escreve. Eu sou apenas o toque de dedos que lhe transforma as palavras em voz. Afinal, é isso mesmo que o coração espera de nós. ;)
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